Ficar preso a alguém ou a alguma situação por comodismo vale a pena?
Juliana passou a vida se dedicando a família. Embora o seu casamento já não estivesse bom há muito tempo, ia empurrando com a barriga. Afinal, o marido arcava com todas as despesas da casa, era um bom pai.
Certo dia descobriu que o marido lhe traia, tinha uma amante há mais de oito anos. O mundo desabou sobre sua cabeça, tinha que tomar uma atitude. De repente se deu conta que não tinha como se manter sem o marido, eis que, nunca trabalhou, o marido nunca permitiu que ela trabalhasse, sempre que tocava neste assunto, acabavam discutindo e, para manter o casamento e a família ela concordou, nunca mais falou sobre isso. Apesar dos obstáculos, decidiu se separar.
-Preciso me libertar desse comodismo. - pensou Juliana-.
Informou ao marido que já sabia de tudo e que queria o divórcio. O marido implorou para que ela ficasse, prometeu mundos e fundos e, ela ficou.
Passado alguns anos, tudo voltou a ser como antes: a mesma falta de respeito do marido, o mesmo silencio entre o casal e a mesma falta de amor. Juliana não era feliz. Contudo, sair de casa e largar tudo poderia ser um risco, aos cinquenta anos, seria difícil arrumar um emprego e viver de favor na casa dos outros ainda seria pior. Era mais cômodo deixar tudo do jeito que estava. Foi ficando, foi calando, infeliz...foi ficando, foi calando, infeliz...Até que, se calou para sempre sem nunca ter sido feliz.
Aqui, vale contar uma história para analisar a situação de Juliana e de tantas outras pessoas que se entregam ao comodismo:
-Um homem milionário convidou mais de mil pessoas para uma festa. No dia da festa encheu a sua piscina de enormes crocodilos famintos, ofereceu um premio de milhões de reais para quem mergulhasse na piscina e atravessasse sem ser engolido pelos crocodilos. À medida que o tempo ia passando e não aparecia ninguém disposto a pular na piscina, o milionário aumentava o valor do premio. O silencio era total, ninguém se arriscava. De repente um homem mergulha e atravessa os cinqüenta metros da piscina sem ser pego pelos crocodilos. Do outro lado todos aguardavam a chegada do homem corajoso. Intrigado com o feito, o milionário após entregar o premio, indagou ao homem que acabara de sair da piscina:
- Amigo! O que o motivou a ter tamanho ato de coragem?
O homem, ainda ofegante e muito irritado respondeu aos brados:
- Eu queria saber quem foi o miserável que me empurrou nessa piscina?
Moral da história:
Muitas vezes, diante de determinadas situações tememos tomar uma atitude. O medo de mergulharmos no desconhecido, faz com que fiquemos acomodados. Se é melhor ou pior ficar assim não importa, para tentar e não dar certo, melhor é ficar fechado no nosso mundinho olhando a vida passar sem vivê-la.
Se você pensa assim, não se lastime dizendo que é infeliz. Não é o mundo que não te compreende, não é o destino que é cruel contigo. Você decidiu assim! Você fez essa escolha! Você se acomodou! Não adianta querer jogar no mundo ou nas pessoas a culpa pelas suas decisões e atitudes.
E se o marido da Juliana abandonasse ela? Ela não teria que se virar?